Hoje tive um rápido vislumbre de você. Você passou ao meu lado, atravessando a rua na direção contrária e nem me viu – ou fingiu que não viu – e eu fiquei ali entre seguir em frente como se nada tivesse acontecido ou seguir atrás de você, tentar saber o que foi feito da sua vida. A dúvida durou o tempo que levou para o sinal abrir novamente e eu quase morrer atropelado no meio da avenida e você sumir em meio a multidão. Mas se meus pés me levaram adiante, meu coração parece ter corrido atrás de você, como sempre correu, por mais que eu, burro, lutasse contra.
Você parecia tão diferente, tão mais mulher naquele terninho que sempre odiou. Não que você não fosse mulher antes, mas sempre fui apaixonado pelo seu jeito menina que surgia nos momentos mais inesperados, pedindo brigadeiro, colo e cafuné. E enquanto você vinha em minha direção eu só queria que você estivesse sem os óculos escuros para que eu pudesse ver seus olhos. Afinal, não há forma melhor de saber o que você está realmente sentindo do que encarando os seus olhos. Eles mostram e falam bem mais do que você, e eu queria ter certeza de que você está feliz e de que eu não estraguei aquela inocência tão sua, ao partir de repente, por medo daquela pessoa na qual eu estava me transformando ao seu lado. Embora hoje eu sinta falta daquela versão de mim como nunca senti falta de algo antes. Ou será falta de você?
Hoje tive um rápido vislumbre de você. Você passou ao meu lado, cheia de si, segura e confiante e eu fiquei ali, parado e perdido no e se…
Toma decisões é sempre conflitante, sempre gera um conflito interno, esse ” e se” é sempre os que faz a duvida gerar. Me pergunte sempre e se.
Acho que como boa libriana, sou a rainha dos “e se…”, mas acho também que quando tomamos uma decisão precisamos tomá-la por inteiro e isso significa abrir mão dos “e se” porque nesse momento, eles só servem para trazer sofrimento para a gente mesmo.