Quem é você? Mas o você de verdade, não esse personagem que se esconde atrás dessa máscara de indiferença que insiste em usar. Às vezes me pergunto se o personagem é este ou se fui tão cega esse tempo todo e na verdade o personagem era aquele jovem descolado e de bem com a vida que você usou para me convencer a tomar uma cerveja um dia, um cinema depois, até acabarmos nesse espiral de silêncios. Olho para você e sinto vontade de chorar ao me dar conta de que não há nada pior do que ver quem já foi seu tudo se tornar um mero estranho dentro da mesma casa. Eu não te reconheço. A impressão é de que não te conheço mais. Cá entre nós, algum dia conheci? Já não tenho certeza.
O nosso amor se transformou em bom dia e não há nada que eu possa fazer enquanto você insistir em sentir medo e em se fechar, permitindo que o medo ganhe. O problema é que o seu medo de ser feliz, de se deixar ser amado, de ter uma vida de verdade não interfere apenas na sua vida, mas na de todos aqueles que ainda se importam com você. Sim, ainda, porque vai chegar um momento em que esse número vai ser cada vez menor. Se você abrir os olhos e olhar ao redor por alguns meros segundos já será capaz de perceber a mudança. E quer saber, eu não sei se aguento por muito tempo mais não.
Sendo sincero, você tem medo de quê? Ninguém é perfeito e se quer saber a minha opinião, a perfeição é supervalorizada e é chata. Medo de levar um pé na bunda? Desculpa querido, mas ao se fechar dessa forma e ao afastar as pessoas você não evita esse momento que faz parte da vida de todos. E olha, ninguém nunca morreu por levar um fora. Dói, é chato pra caralho, mas a gente supera e tanto supera que parte pra recomeçar tudo de novo, sempre esperando um novo alguém que seja diferente, que vai fazer todo aquele sofrimento do primeiro encontro valer a pena.
Tira essa máscara, se abra para o que a vida está te oferecendo nesse momento, experimente. Rir e chorar fazem parte da vida e ambos são importantes. Evitar o sofrimento é a maior mentira que existe porque isso só faz com que a gente sofra ainda mais e faça as pessoas ao nosso redor sofrerem também. E aquele garoto descolado que trombou em mim um dia na Paulista e me convidou para uma cerveja como um jeito nada convencional de pedir desculpas não ia querer isso. Pelo menos ainda prefiro acreditar que não.
Magnifico, as relações muitas vezes acabam e só ficam dois meros conhecidos dividindo o mesmo espaço, com medo da solidão e da carência afetiva. Quem vive de estatística é IBGE. #TENHODITO