Sabe moço, chega uma hora na vida da gente em que é preciso deixar o outro ir, parar de aceitar migalhas de amor ou do que quer que seja. Por isso, chegou a hora, estou desistindo desse “nós” meio torto que a gente vinha formando nos últimos tempos. Como duas peças de quebra-cabeça que foram se desgastando e hoje já não se encaixam mais tão bem.
Tô te desalojando do palco principal, tirando a peça de cartaz. Estou te colocando na gavetinha daquela máquina de costura que herdei da minha avó e que você dizia só servir para juntar poeira. Estou te trancando lá dentro, junto com linhas e botões velhos. Estou te fechando na máquina que não funciona mais, que é pra não correr o risco de esquecer e abri-la de repente e me deparar com você e com sentimentos que ficam mais bonitos adormecidos. Cê já reparou como existem coisas que são melhores assim, como lembranças, sonhos ou meros borrões que nem sabemos identificar direito? Como uma paisagem que passa pela janela do trem em movimento.
Tô levando comigo só o que já era meu e deixando as migalhas para trás. Tô saindo pela porta a passos lentos, implorando por uma palavra que me mostre que ainda há motivo para ficar, mas você não diz nada e o seu silêncio, ao contrário, diz tudo.
Lindo texto, tem momentos na nossa vida que temos entender que o ponto de continuação não faz mais sentindo e o ponto final é o único que pode tornar essa estória com um final feliz.
Exatamente. O segredo está em descobrir e perceber estes momentos e em não ter medo de tomar a decisão que precisa ser tomada 🙂
Belo texto, Taty! Descreveu o que estou sentindo no momento. Bjos, lindona!
Pois é, Rafa, chega uma hora que ou a gente desapega, ou a gente simplesmente empaca e não sai mais do lugar. É difícil tomar a decisão, mas ainda acho que têm horas que essa é a maior prova de amor que podemos dar, para o outro e pra gente mesmo. Beijos