O teste não deveria mais me deixar nervosa. Depois de dois anos como atriz eu já deveria tirar aquilo de letra, mas aquele seria meu primeiro teste envolvendo beijo e o bater frenético do pé no piso do ônibus indicava bem o quanto eu estava nervosa. E não era pouco.
A beleza do ator que me foi apresentado como meu co-star assim que cheguei à locação também não ajudou em nada. Não aquela beleza óbvia que faria todas as garotas suspirarem por ele, mas a do tipo que faria minha mãe rolar os olhos e dizer: “você e seu gosto estranho.” Não que estranho seja ruim.
Entre uma gravação e outra ele me contou que se chamava Breno, estudava cinema e tinha Tarantino como inspiração. Cinco beijos depois o comercial chegava ao fim. Nossa história, ao contrário, apenas começava.
A beleza está nos olhos de quem ver!
Afagos