Aquela manhã

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Lembro de uma manhã em que os primeiros raios do sol entravam pela janela e quando abri os olhos você sorriu para mim e disse que nunca se cansaria de me observar dormindo, porque você era simplesmente apaixonado pela pintinha quase imperceptível no canto esquerdo da minha boca. Se as partes do corpo sentissem ciúmes umas das outras, meu corpo inteiro morreria para estar no lugar daquela pinta. Talvez meu coração também.

Nunca entendi o que você via de tão especial naquela marca tão pouco perceptível, mas mesmo dizendo que não, um dia você se cansou e agora, todos os dias quando acordo, me permito sonhar que ao abrir os olhos você vai estar deitado ao meu lado, sorriso nos lábios e os olhos fixos no canto esquerdo da minha boca.

2 Comentários

Arquivado em Pensamentos sem nexo

2 Respostas para “Aquela manhã

  1. Isabella

    É tão difícil seguir sem lembrar que um “pedaço” nosso foi deslocado e que não faz mais parte do nosso todo. Mas temos que seguir e nos regenerar.

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