Sabe, moço, achei que nunca mais seria capaz de escrever para você novamente. O simples fato de pensar em você ou de ouvir alguém falar o seu nome já causava tanta, mas tanta dor… mas percebi que não adiantava fugir. Onde quer que eu fosse, onde quer que eu vá, você sempre está junto, dentro de mim. E a dor também.
Você dizia me amar e eu acreditei nisso. Acreditei de verdade. Me entreguei de corpo e alma, cada célula do meu corpo era seu, moço. Fiz planos, sonhei, te ajudei de todas as formas que você me permitiu e ainda assim parece não ter sido suficiente para você. E eu nunca vou entender aquele dia. Você com ela durante o dia, exibindo ela para quem quisesse ver, para os seus e os meus amigos. Exibindo ela para mim. Mas então à noite você estava novamente na minha porta, gritando que me amava, pedindo perdão e me implorando uma nova chance. Chance que nem tive a escolha de decidir dar ou não. Você mesmo escolheu o seu caminho. Os nossos caminhos separados a partir de então.
Eu sofri. Sofri a cada notícia de que as coisas não estavam bem. Sofri cada vez que alguém me perguntava sobre você. Sofri a cada olhar de pena. Sofri ao tentar entender que amor era esse que machucava e fazia sofrer tanto. Sofri ao tentar te arrancar de mim e sofri ao entender que por mais que eu quisesse, por mais que eu queira, te esquecer é impossível.
É, dói esquecer mesmo. Mas eu pessoalmente não guardo carinho algum por quem quer que tenha me ferido de propósito. Assim, torno mais fácil o processo da separação, da perda do amor que, em verdade, nunca foi meu.
Ter o amor rejeitado dói, mas às vezes dói é saber que mais do que te ferir, a outra pessoa está num caminho em que vai acabar ferindo a si mesma.