Da próxima vez que você me chamar, eu vou. Da próxima vez que você me sorrir, eu te sorrirei também. Da próxima vez que você me olhar, refletirei o seu olhar no meu. Da próxima vez eu não vou me acovardar. Nem fugir e nem negar o que o coração teima em gritar.
Da próxima vez, eu vou me entregar de alma e de coração. E serei seu, todo e somente seu. Aos meus sentimentos eu não voltarei a dizer “Não”. Dizem que há quatro coisas que não mais retornam: A pedra, depois de atirada; A palavra, depois de falada; O tempo, depois de passado; E a ocasião, depois de desperdiçada.
Nunca mais eu vou desperdiçar uma única ocasião de ser feliz. Eu me recuso veementemente a fazer isto comigo. E nunca mais eu vou repelir a paixão, quando ela me bater à porta, novamente. Quando seus olhos encontrarem os meus, ainda que sem intenções e sincronizarem-se as batidas dos nossos corações e ambos tivermos certeza de que um quer o outro. Como a águia quer o ar frio dos altos céus. Como o peixe quer a água que o mantém. Como quem tem fome quer o seu pão e quem tem frio anseia pelo Sol do verão.
Quando, novamente, a chance de um novo amor me vier assim, indubitavelmente, eu vou dizer: “Sim!” Da próxima vez, eu não vou fugir. Aliás, vou sim: Vou fugir com você, para não sei onde, esperando não sei o quê.
Da próxima vez, eu não vou subir as rochas e vou ficar admirando a água turmalina lá embaixo, reluzindo o dourado do Espaço. Não, da próxima vez, eu vou pular de cabeça no desconhecido e vou dar ao mistério a chance de me fazer feliz. E vai dar certo: pois enquanto formos felizes, um sendo o braço direito do outro, estará dando certo. Eis o velho chavão: quem foi que disse que, para dar certo, precisa ser eterno?
Da próxima vez, quando eu sentir a mesma correspondência, outrora tantas vezes sentida entre nossos sentimentos, a oportunidade eu pegarei pela cintura. E sairei dançando valsa com ela, até o fim do horizonte. Queiram os céus, por favor. Que eu tenha uma próxima vez…!