Deixei você ir

banho-chuva

Os primeiros dias foram os piores. Uma queimação, um sufocamento, aquela sensação de nunca mais ser capaz de respirar fundo novamente. Pra qualquer lugar que eu olhasse, era a sua imagem saindo pela porta, sem olhar para trás, que eu via. Como se alguém tivesse colado aquela maldita imagem na lente dos meus óculos.

Por um momento, achei que nunca mais me livraria de você. E não é que eu tenha me livrado, mas aprendi a mudar o foco. Não sei bem como. Só sei que um dia, como a tempestade lava tudo que encontra pelo caminho, deixei que uma tempestade lavasse você, seu cheiro, suas marcas de mim.

Me desfiz de tudo o que te mantinha preso aqui e, quer saber? Finalmente voltei a respirar.

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Arquivado em Crônicas e Contos

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