Outro dia sua irmã me deu uma tremenda bronca ao chegar lá em casa e me encontrar com os olhos vermelhos de tanto chorar. Entre as milhares de palavras por minuto que só ela é capaz de pronunciar pude entender algo sobre como ainda é possível chorar por aquele traste. O traste em questão, você! E é isso que ninguém entende. Não é por você que eu choro. Não mais.
Choro pelo homem que eu achei que você fosse. Pelo homem que eu criei na minha cabeça depois de todo esse tempo. O homem que não faria nada do que você tem feito nos últimos tempos. Na minha cabeça você é menos mesquinho, arrogante e idiota. E é com esse homem que eu comparo qualquer um que tente se aproximar. E sabe qual é o grande problema? Nenhum é tão perfeito. Nem você seria. Porque descobri que ele não é você. Poderia ter sido se você tivesse feito uma forcinha. Se não tivesse decidido, um dia, depois de tantos sonhos e noites em claro compartilhadas que não queria mais o que tínhamos construído juntos.
Choro por uma ilusão. Grito por dentro e peço socorro para me livrar de alguém que só existe na minha cabeça. Passo noites em claro, deitada em posição fetal, pensando como teria sido se fosse ele e não você. Sofro sim, mas não é mais por você.