Por que essa saudade repentina de você quase 20 anos depois? Por que você deu para frequentar meus pensamentos, meus sonhos, qualquer minuto de serenidade? Outro dia, até o seu cheiro eu jurei ter sentido, há mais de 9 mil km de distância.
Por que eu ainda deixo que você tenha controle sobre mim? Por que ainda deixo que as dores daquela adolescente apaixonada dominem as ações da mulher adulta de hoje? É tão bizarro como você foi embora dizendo que era para o meu bem e 20 anos depois eu estou aqui, sofrendo pelos traumas de uma decisão que você tomou por mim.
Estou escrevendo sobre você. Fico pensando o que você pensaria disso. Se você ficaria incomodado ou se nem perceberia que o personagem descrito ali é você. Se se reconheceria no homem atormentado por suas escolhas.
Às vezes tenho vontade de ir até a escola em que você dá aula para te colocar contra a parede. Saber se você se arrepende ou se valeu a pena as decisões tomadas naquela época. Se a sua vida valeu a pena. As coisas aconteceram como você esperava? Você se imaginava 20 anos depois onde você se encontra onde?
Eu só queria ter certeza que você jogou nossa história fora por algo melhor. Mas hoje, não tenho essa certeza. Nem pra você nem pra mim.