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Eu costumava

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Eu costumava conhecer você. Costumava saber o que você gostava e o que não. Costumava conhecer seus vários olhares e até mesmo a saber o que você iria dizer em certas ocasiões.

Eu costumava amar você apesar de. Apesar de você não corresponder do mesmo jeito. Apesar de eu não fazer o seu tipo. Apesar das pequenas mentiras sinceras.

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Eu costumava esperar pelo dia que você também me conheceria tão bem. Pelo dia que saberia ler meus sentimentos apenas pelo olhar. Eu costumava esperar pelo dia que viraria seu tipo e pelo dia que você também me amaria apesar de.

Eu costumava, mas cansei de uma vida inteira no pretérito imperfeito. Uma vida inteira inespecífica esperando por você.

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A sua garota

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Se você soubesse o quanto eu te amo não ficaria por aí choramingando que ninguém te quer e nem bradando aos quatro ventos o quanto te faz falta ter alguém pra caminhar junto ou pra dividir uma pizza, uma terça à noite no cinema ou a sua cama.

Se você soubesse o quanto eu te admiro não se acharia um nada que não consegue realizar nada de grande. Você é uma das pessoas mais admiráveis que eu conheço, garoto. Tão altruísta, tão companheiro, bom ouvinte quando o papo é sério e excelente companhia para uma noite de bebedeiras e besteiras em um bar qualquer da zona leste.

Se você soubesse o quanto a simples menção ao seu nome me faz sorrir entenderia porque sou uma garota de riso fácil quando estou contigo e pararia de dizer que somos apenas amigos quando as pessoas te dizem que funcionamos bem juntos; se você soubesse o quanto isso me mata por dentro…

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Se você soubesse como me sinto a garota mais estúpida do universo quando tento segurar as lágrimas enquanto você me conta sobre os seus casos, e sonho que pelo menos uma vez na vida você me enxergasse. Se você soubesse o quanto me dói te ver esperando que ela te note enquanto eu estou bem ao seu lado, esperando a mesma coisa vindo de você. Se você soubesse o quanto eu seria capaz de qualquer coisa para te ver feliz, porque você feliz torna parte de mim feliz também. Se você soubesse que é por você que eu choro todas as noites agarrada ao travesseiro e é por você que forço um sorriso todas as manhãs porque uma vez, há muitos anos, você disse que o meu sorriso te fazia sorrir também. Se você apenas soubesse…

… o quanto eu queria ser a sua garota.

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Eu não me arrependo

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Eu não me arrependo de ter te conhecido.

Não me arrependo do dia em que você chegou, com o seu brilho ofuscante, fascinante, estonteante. Você, que parecia um príncipe saído de alguma novela medieval, um nobre avassalador de alguma distante e fria terra.

Não me arrependo de ter me apaixonado instantaneamente por aquela imagem angelical. Não me arrependo de ter deixado meu coração bater forte, tão forte que machucava meu peito. Quando nossos olhares se cruzaram, pelo azar do acaso, e você sorriu; aquele sorriso poderoso, branco como a alva, reluzente como ouro branco. Sim, eu sei que foi um mero sorriso de cordialidade, seguido de um gesto à toa de cumprimento. Um sorriso que você, certamente, distribuíra várias outras vezes naquele dia, para várias outras pessoas. Mas para mim aquele sorriso – oh! Aquele sorriso! – teve a força de mil furacões; eu pude sentir as ondas de choque que se abateram sobre mim. E desde aquele dia você povoou meus sonhos, quando eu dormia e quando eu estava acordado. Em casa, na aula, no banho, no trânsito, aos trancos e barrancos. Você, garoto, dominou meus pensamentos.

Eu não me arrependo de ter me aproximado de você, sedento pela sua atenção. E não me arrependo quando você, de tão bom grado, ofereceu-me sua amizade. E, através desta oferta irrecusável, vieram mundos e fundos de você. Se eu pudesse viver mais uma vez aqueles momentos… Nossos cinemas juntos – ainda que acompanhados de mais uns dez outros e outras que não me provocavam o menor arrepio -, mas, ainda assim, o nosso cinema juntos, o nosso momento juntos (afinal, eu me sentava ao seu lado “por coincidência” quase sempre – lembro a frustração que eu senti por semanas quando aquela morena bonita sentou entre nós dois, e essa morena – ah! Essa morena, que entrou na minha vida deste jeito, aquela com quem, alguns meses depois, você estaria predestinado a ficar junto, sua pele clara e seus negros cabelos que caíam nos seios fartos e belos; e você, com seu ruivo irlandês e seu corpo escultural, com sua voz arrojada e seu sorriso de covinhas, fazendo o par perfeito com ela, Ariel e Eric ao contrário); o bar toda sexta-feira depois da faculdade, quando você bêbado saía distribuindo abraços e sorrisos, e me abraçava apertado e dizia: “Cara, eu te amo, você é o melhor amigo que eu tenho” (será mesmo que você, penso comigo mesmo rindo sozinho, será que você nunca percebeu meu coração batendo freneticamente toda vez que você dizia esta frase, mais mágica que o Abracadabra, quando você colava meu peito com o seu, meu coração com o seu?). E eu já havia sucumbido ao poder esmagador do amor.

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Sim, aquilo foi amor! As noites em que eu ia dormir confortado com a lembrança de você naquele dia. Ou aqueles dias angustiantes em que não nos víamos, por razões que só o Universo arteiro conhece. A minha alegria genuína quando eu te via feliz. A preocupação e a angústia que me corroíam quando eu te via triste ou nervoso com alguma coisa (e você sempre enigmático, nunca se abria, nunca falava).

Não, eu não me arrependo de nenhum dos meu sacros segundos que eu ofereci a você. E se há algo que eu evoco daquele glorioso período da minha vida, este algo foi aquela noite, aquela festa, em que nenhum de nós dois conseguia se divertir (“Festa estranha com gente esquisita”, o poeta cantou). E nossos olhares novamente se cruzaram, os meus castanhos olhos entristecidos pelos golpes que a vida me deu, os seus olhos verdes e mortiços, eletricamente vivificados, desesperados para sair dali. E ao meu sinal, nós cruzamos aquele apartamento, saímos juntos pela porta da frente, você ia dizer algo, mas eu, já sem muito controle por conta do álcool maroto, pus os dedos nos seus lábios e fiz “Shiii” e você, igualmente entorpecido, consentiu e calou. E descemos o elevador juntos, caminhamos juntos no pátio soturno que abria clareira na floresta de prédios daquele condomínio. E desaparecemos na escuridão amiga da noite, até ficarmos sós. E pela primeira vez você se abriu, você me contou as suas dores, você chorou lágrimas quentes que lavaram meu pescoço e meus ombros, no momento em que eu te abracei, forte, apertado, pois agora eu estava lá por você e ninguém te faria mal, eu não deixaria; naquele abraço poderíamos ficar para sempre, que eu estaria feliz. E então o beijo… rápido, rajado, instantâneo. Alguns segundos em que os nossos lábios – e apenas eles – se colaram e produziram uma transferência eletrostática acelerada entre nossos corpos, as correntes percorrendo todas as minhas veias e artérias e chegando até você, percorrendo o couro da sua cabeça até a ponta dos seus dedos dos pés. Eu senti e você também, aquela realidade totalmente nova e apaixonante. Depois, seus olhos assustados encontraram os meus, serenos como há muito não ficavam e naquela escuridão, permanecemos mais um pouco, o abraço que não queria ceder, a respiração ofegante de ambos, tão audível quando um grilo no brejo (como teria sido fácil sermos pegos no flagrante do amor; mas que assim tivesse sido! Eu me orgulhava do meu sentimento).

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Eu não me arrependo de nada ter dito, de nada ter questionado quando seus sorrisos abertos e abraços deram lugar a um meio-sorriso sem jeito e só algum cumprimento manual. E não me arrependo de ter-lhe visto de mãos dadas com a morena do cinema, sorrindo tão apaixonadamente por ela… e ela por você… e eu nada fiz para sabotar este amor proibido (você era meu afinal e eu não dividia… Pelo menos era o que eu pensava…). Continuei a não me arrepender quando você declarou publicamente seu amor por ela e eu fui felicitar o casal (e eu realmente estava em parte feliz por vocês) e você foi conhecer os pais dela (mamãe teria te adorado, se tivéssemos sido nós dois… Oh, com quantos “Se” eu construirei meu castelo de desilusões?). E não me arrependi de ter ignorado seus olhares incessantes para mim, quando finalmente não mais nos falávamos, nem sequer parecia que um dia fomos companheiros de jogo de futebol. Seus olhares que me procuravam, que me chamavam, que queriam me dizer… o quê, meu Deus, o quê?

Por fim, um dia, soube que você e a morena foram morar juntos e os pais de ambos já se conheciam. Aí eu soube que era tarde demais para mim!

Eu não me arrependo, em nenhuma circunstância, de ter te amado. E jamais me arrependerei! Mas, oh!, eu nunca disse a frase mágica para você, afinal da minha boca, suas lindas e rosadas orelhas nunca captaram: “Eu te amo, meu príncipe querido!” Não, eu nunca disse que te amava, nunca verbalizei a realidade das minhas emoções para você. Nem o beijo na escuridão do pátio teria tido o poder de um “Eu te amo” puro e sincero. Talvez as coisas tivessem sido diferentes… Talvez você…

Eu nunca disse que te amava… E DISTO EU ME ARREPENDEREI PARA SEMPRE!

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Eu acredito

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Eu acredito!

Acredito que todo mundo possui um lado bom e um lado ruim e que é seu o livre-arbítrio para escolher qual você vai permitir que apareça mais para o mundo. Acredito que meu lado bom ficou ainda melhor desde que eu me apaixonei por você.

Acredito em sonhos e na força do pensamento. Por isso penso em você dia e noite, sonhando com o dia em que você não vai estar aí longe, mas aqui, do meu lado.

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Acredito em amizade verdadeira, no amor despretensioso, em fazer o bem sem esperar nada em troco. Acredito que a felicidade existe, mas que ela precisa ser batalhada diariamente. Acredito em pequenos gestos de delicadeza e carinho. Acredito em fazer a minha parte, sem me preocupar se o outro não está fazendo a dele, porque sei que é de pouquinho em pouquinho que conseguimos grandes coisas.

Acredito em amor a primeira vista. Acredito em ir se apaixonando aos poucos. Acredito em almas gêmeas. Acredito em coisas impossíveis. Acredito em você e eu!

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Talvez

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Talvez você não saiba, mas meu mundo parece parar no tempo pelo simples fato de você me dar bom dia ao passar por mim quando chega ao trabalho.

Talvez você nem se dê conta, mas eu sei que você morde o lábio inferior e rói as unhas quando está nervoso, sem contar que o café parece virar seu melhor amigo da vida toda nesses momentos.

Talvez você não perceba, mas eu perco o foco toda vez que você mordisca a ponta dos seus óculos. É tão sexy e a minha mente viaja por outros lugares que eu gostaria que você mordiscasse.

Talvez você não note que enquanto estamos a três mesas de distância no trabalho o meu dia gira em torno de você, assim como as minhas noites depois que eu chego em casa.

Talvez você não note, mas seria tão bom se notasse…

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