Arquivo da tag: deixar o outro ir

Quando você estava aqui

mensagens-para-sonhadores-parte-2-1

Tem tanta coisa aqui que eu queria te contar. Tipo, como eu passei pela sua antiga faculdade ontem e fiquei lembrando de uma época em que éramos sonhadores e podíamos passar horas fazendo planos para os nossos futuros. E de como depois fui descendo a pé até chegar ao Parque Lage e fiquei na dúvida se realmente estava te vendo falar sobre García Marques, com aquela paixão tão característica sua, ou se era apenas meu desejo inconsciente de te ter ali comigo mais uma vez. Queria te contar como a Urca continua a mesma, exceto pela falta de você.

Tanta coisa mudou desde então… Você resolveu mudar de cidade, de trabalho, de amigos. Quem sabe até de sonhos. Mas ao mesmo tempo tanta coisa ainda continua a mesma. Eu ainda tenho medo de ficar sozinha no escuro, ainda sonho mais acordada do que dormindo e meus melhores textos ainda são sobre você, embora você nunca tenha se dado conta disso.

Tudo mudou em tão pouco tempo, ainda assim continuo querendo te contar que tudo era melhor quando você estava aqui.

Deixe um comentário

Arquivado em Crônicas e Contos

Tô deixando você ir

tumblr_ldiynymhAQ1qfww4jo1_400

Sabe moço, chega uma hora na vida da gente em que é preciso deixar o outro ir, parar de aceitar migalhas de amor ou do que quer que seja. Por isso, chegou a hora, estou desistindo desse “nós” meio torto que a gente vinha formando nos últimos tempos. Como duas peças de quebra-cabeça que foram se desgastando e hoje já não se encaixam mais tão bem.

Tô te desalojando do palco principal, tirando a peça de cartaz. Estou te colocando na gavetinha daquela máquina de costura que herdei da minha avó e que você dizia só servir para juntar poeira. Estou te trancando lá dentro, junto com linhas e botões velhos. Estou te fechando na máquina que não funciona mais, que é pra não correr o risco de esquecer e abri-la de repente e me deparar com você e com sentimentos que ficam mais bonitos adormecidos. Cê já reparou como existem coisas que são melhores assim, como lembranças, sonhos ou meros borrões que nem sabemos identificar direito? Como uma paisagem que passa pela janela do trem em movimento.

Tô levando comigo só o que já era meu e deixando as migalhas para trás. Tô saindo pela porta a passos lentos, implorando por uma palavra que me mostre que ainda há motivo para ficar, mas você não diz nada e o seu silêncio, ao contrário, diz tudo.

4 Comentários

Arquivado em Cartas