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A vida aconteceu pra gente

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Eu não sei porque teve que ser assim. Não era a minha intenção. Ninguém entra numa relação torcendo para não dar certo. Olho para trás e fico tentando me agarrar ao que fomos, aos momentos felizes, mas eles não vão voltar. Eu não sou mais aquela garota. Você também não é mais o mesmo. Nós mudamos e não foi para melhor. Pelo menos não para nós dois juntos. Pra quê fingir? Pra quê nos infringirmos mais dor e sofrimento?

Olho no espelho em busca daquela menina sonhadora e não a encontro mais. Ela morreu junto com o nosso amor. Tanta coisa morreu com ela. Estou cansada. Não quero mais brigar. Não quero mais lutar contra o que sinto em prol de sorrisos falsos e migalhas. Chega de se contentar com migalhas. Eu mereço mais do que isso. Você merece mais do que isso.

Vamos combinar assim? Vamos fazer pelo menos isso certo pra gente. Pelos velhos tempos. Por quem eu fui. Por quem você foi. Por aqueles dois que se apaixonaram há tanto tempo. Eles foram felizes, não foram? Talvez a gente possa vir a ser também. Um dia, quem sabe?

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Eu fico com o Neruda que você não leu

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Sabe, nunca achei que chegaríamos a esse ponto. Talvez estivesse mais preparada se tivesse prestado mais atenção às aulas de literatura e aos inúmeros poetas entoando versos e mais versos sobre o fim do amor. E aqui estamos nós, empacotando nosso amor junto com as coisas que você vai levar para algum canto cujo endereço não me deu. Será que a dor que acompanha qualquer fim de um amor cabe nessa caixa que você está quase fechando? É que eu não quero ficar com ela e todas as lembranças que ela vai insistir em jogar na minha cara depois que você sair por aquela porta.

Desvio o olhar pra estante da sala e o Neruda implora para que eu não te deixe levá-lo. É que ele sabe tão bem quanto eu que você vai jogá-lo em um canto qualquer e deixá-lo ao sabor da poeira, como fez com as plantas que compramos e com o meu coração.

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Olho as caixas ao redor e queria te dizer tanta coisa. Queria te implorar pra ficar, pra tentar mais um pouco. Podíamos aproveitar a faxina e tentar descobrir onde foi que aquele amor de outrora, aquele desejo que não nos deixava tirar as mãos e os olhos um do outro se escondeu. Mas sei que qualquer coisa que eu diga vai ser em vão. Além do mais, amores requentados sempre deixam um gosto amargo no final.

Não, não estou chorando. É a rinite. Você sabe que não posso com poeira. Me aproximo da estante e escondo o Neruda atrás dos meus livros de fotografia. Aproveito para tampar aquela velha foto em Nova York. O sorriso era tão verdadeiro ali. A felicidade também.

Um dia, se você sentir falta, eu te devolvo o Neruda. Em troca você devolve a minha felicidade?

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Sou dessas mulheres

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Se queres saber, sou dessas mulheres que só dizem sim. Sim para as minhas vontades, sim para os meus desejos, sim para o que me faz feliz.

Sou dessas mulheres que saem por aí de batom e unhas vermelhas e que não precisam de salto nos pés para serem fatais. O meu segredo está no sorriso, sempre estampado no rosto.

Sou dessas mulheres que tentam rotular aqui e acolá, mas que não ligam a mínima para o que os outros têm a dizer. Seja de cima do salto ou com os pés no chão de terra batida, sou dessas mulheres que sabem muito bem quem são. E quem realmente importa sabe também.

Se queres saber, sou dessas mulheres que só querem ser feliz!

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Se as ruas de Dublin falassem…

 

CASAL

Se as ruas de Dublin falassem eu pararia para ouvir suas histórias. Porque tenho certeza de que elas contariam a história de nós dois e de como você quase me derrubou numa terça feira à tarde na saída da biblioteca. Você conseguiu agarrar o meu braço antes que eu caísse sentada no chão molhado, mas a prova de ética que eu passara quase três horas terminando de fazer não teve a mesma sorte. E mal sabia eu que aquela seria apenas a primeira folha de papel minha que ficaria ensopada por culpa sua. Ou talvez seja apenas mais fácil dizer que a culpa das nossas brigas bestas sempre foram suas.

Se as ruas de Dublin falassem elas contariam sobre piqueniques regados a risadas, cervejas, juras e promessas que sempre acabavam interrompidos pela chuva. Sobre beijos roubados na Hanover Quay, desafios para ver quem conseguia beber mais Guinness em qualquer pub da cidade, passeios de mãos dadas… Provavelmente contariam também como é impossível ouvir Madame Joy e não lembrar de você e da sua fixação por esta música e sobre como acabei ficando tão viciada em Van Morrison quanto você.

Se as ruas de Dublin falassem elas contariam como foi fácil me sentir apaixonada por você, assim, meio sem querer. E como o ar quase me faltou quando eu me dei conta que te amava, numa terça feira à noite quando saí do trabalho e te encontrei parado na porta do prédio, me esperando com seu sorriso torto no rosto. E como não consegui conter as lágrimas quando você disse, pela primeira vez, que me amava logo depois de eu ter manchado a sua camisa preferida com ketchup.

E ainda há quem afirme que Paris é a cidade do amor.

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