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Nunca foi amor

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No meio da discussão você solta mais um eu te amo, como se isso fosse resolver todos os nossos problemas em um passe de mágica. E você parece não entender, parece nunca perceber que o que eu quero são mais do que meras palavras ditas num momento de desespero, no ápice de um gozo. Seria tão mais fácil me fazer acreditar nesse amor se você simplesmente me mostrasse ele no dia a dia.

Encaro seus olhos em busca de algum sinal, por menor que seja, uma migalha ao qual eu possa me agarrar, um pedaço de madeira boiando em alto mar numa noite de tempestade, mas seus olhos injetados só me mostram medo. E me dou conta daquilo que eu sempre soube, não era amor, mas apenas medo de ficar sozinho. Sempre foi.

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Abraçados no meio do caos nossas lágrimas se confundem. Repito incessantemente que vai ficar tudo bem, não sei se para consolar você ou a mim mesma. Você também percebe que pela primeira vez estamos sendo sinceros um com o outro?

É, talvez até haja mesmo alguma beleza no fim.

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Carta pra te dizer que vai passar

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Tô cansada sabe? Cansada de fingir que não estou sentindo nada. Cansada de fazer minha razão lutar contra o meu coração. É cansativo pra caramba sabia? Tentei não sentir, briguei comigo mesma dizendo que eu não podia sentir nada, mas a verdade é que não tá sendo fácil. Quando o dia finalmente chegou, a dor que eu tentei esconder e impedir de vir a tona venceu e chegou junto. Tá doendo sim. Não vou mais fingir.

Por favor, menino, não me entenda mal. Nada mudou. Continuo certa das decisões que tomei, certa de que não fomos feitos para ser, pelo menos não juntos, não nesse momento, mas não é por isso que te ver dizendo sim para outra não vai doer. O coração não é racional assim. Quem dera fosse. Talvez fosse mais fácil.

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Faz sentido a sensação de perda hoje ser maior do que no dia em que terminamos? Ou essa vontade de querer te ver uma última vez, pra olhar nos seus olhos e procurar a certeza da decisão que você está tomando e saber que você não está fazendo isso apenas por medo de ficar sozinho? Faz sentido eu estar triste, mas ao mesmo tempo só querer que você seja feliz, menino? Mesmo que isso signifique te dar adeus para sempre?

Você já se sentiu como se estivesse submerso e não conseguisse subir para a superfície? É assim que tenho me sentido nas últimas semanas, ou talvez desde o dia em que recebi a notícia. Tomei um choque tão grande e quando vi estava debaixo d’água, me debatendo, lutando contra os meus sentimentos para voltar à superfície, ao controle da minha vida, mas era como se cada vez que eu estivesse para conseguir sair da água uma onda viesse e me levasse novamente para o fundo.

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É engraçado que em momento algum, enquanto me afogava, eu repassei a nossa vida juntos. O que me faz ver que não estou triste pela gente, estou triste pelo apego que ainda sinto em relação a você. O nosso nós já foi enterrado há tanto tempo e ele já doeu tudo o que tinha que doer. Isso só me dá uma certeza, o dia de hoje vai doer, mas finalmente eu vou sair da água e voltar a respirar livremente outra vez.

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Eu não consigo te odiar

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Eu queria conseguir te odiar, torcer para que você nunca mais fosse feliz novamente, que nunca conseguisse superar a minha perda. Mas por mais que eu diga que quero isso, eu não consigo. Eu ainda torço pela sua felicidade como torcia, dia após dia, para que você fosse feliz comigo.

É verdade, você me fez sofrer muito, mas será que você é mesmo o único vilão dessa história? Será que de alguma forma, no fim, eu não te fiz sofrer também? Não quero te odiar. Não quero que a raiva me faça esquecer tudo de bom que vivemos juntos, todos os momentos de riso, de gozo, de amor.

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Não quero ser aquele tipo de gente que transforma o ex de amor de uma vida inteira para inimigo número um em um piscar de olhos. Não quero amar odiar você. Até porque, cada esforço para te odiar é um pouco mais que eu te mantenho como foco na minha vida. E eu desejo sim que você seja feliz, mas não aqui, não de volta. Nosso tempo acabou. E eu aprendi, finalmente, que é hora de te deixar ir.

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Tô indo embora

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Queria te contar que finalmente resolvi criar coragem e ir embora. Queria que você soubesse por mim, pra não ficar achando que a decisão teve algo a ver com você. Você e essa mania de se dar muita importância.

Tô indo porque depois de muito tempo vivendo em função de você achei que já tinha passado da hora de viver e cuidar de mim.

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Confesso que tem sido um exercício diário. Às vezes eu ainda me pego pensando o que você acharia e falaria das minhas decisões mais recentes. Te contaram que eu pintei o cabelo de roxo? Foi pra combinar com a nova parede laranja da sala. Tenho certeza que você não aprovaria, mas desde o dia em que você decidiu ir embora as minhas decisões não dizem mais respeito a você.

Tô indo embora. Que é pra ver se longe eu aprendo a viver sem você!

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Que pena!

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Essa não é uma carta de amor comum, daquelas que os casais apaixonados trocam. Sabe por quê? Porque não formamos um casal apaixonado. Olhando para nós dois vejo uma mulher perdidamente apaixonada, certa de que encontrou o homem da sua vida. Mas, em compensação, vejo um homem cético, fechado para o amor. Um homem que tem medo, que não se acha merecedor de tanto amor. É uma pena!

Sinto muito, principalmente por você, menino. Não, não se trata de convencimento. Sinto por ver que uma pessoa tão incrível, que tem tudo para ser feliz ao alcance das mãos, vive preso a uma lembrança do passado e não se permite voar. Não quer se libertar e andar com as próprias pernas. Cômodo, não? Fácil jogar a culpa num trauma, não se tornando, assim, responsável pelos seus atos, pela sua vida. Mas quero que fique bem claro para você que esse não é o meu caso. Na hora em que toda essa dor, todo esse sofrimento passar, vou estar pronta para um novo amor e você vai continuar aí, com o seu fantasma. Tão morto quanto ela!

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Que pena! Por alguns instantes fui capaz de achar que tínhamos sido feitos um para o outro, que eu seria capaz de te resgatar e trazer de volta para a vida. Tínhamos tudo para dar certo e eu acreditei que daria, menino. Mas como num pesadelo, de repente o fantasma voltou para nos assombrar e conseguiu nos separar. Será que um dia o fantasma vai ser derrotado? Infelizmente não tenho esse poder. O único que o detém é você. Cabe a você querer usá-lo. O fantasma está na sua mente e só você é responsável por ele.

Se um dia resolver por isso, me procure. Quem sabe conseguimos conversar e, daí, tudo pode acontecer! Mas enquanto “ela” fizer parte da sua vida, nem adianta me procurar. Já te disse uma vez e mantenho: não dá pra competir com um fantasma, porque na sua memória ela é perfeita e eu, de carne e osso, estou longe disso. Sem mágoas, sem broncas, eu me despeço torcendo muito por você, pela sua felicidade e, quem sabe um dia, pela nossa.

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Eu continuo aqui

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Tudo parece queimar. O telefone em minha mão, o ar preso nos pulmões, as palavras presas na garganta. Tenho tanto pra te falar, tanto pelo o que pedir perdão. Não sei bem se pra você ou pra mim mesma, mas a verdade é que desde que você foi embora me sinto sufocada pelas palavras não ditas. O fim deveria ter colocado um ponto final na angústia, mas não colocou. As coisas só mudaram de perspectiva, talvez. Queria tanto te dizer tudo o que devia ter dito há dois anos atrás. Será que tudo poderia ter sido diferente?

Olho para o telefone como se ele pudesse me dar uma resposta, quando sei que nem você mesmo pode me dar o que procuro. Busco um eu que não existe mais. Um nós que, mesmo que ficássemos juntos hoje de novo, não seríamos mais eu e você. Busco um passado ao qual me agarro por medo de encarar que falhei com você. Falhei com nossos sonhos. Falhei com quem eu era quando estava ao seu lado.

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Soube que você seguiu em frente e que nada disso parece mais fazer diferença para você. Nem o fato de eu ter te feito chorar ou partido seu coração. Você superou e eu estanquei. Você superou e eu parei diante da bifurcação entre o passado e o presente. Como naquela manhã, você seguiu sem olhar pra trás e eu continuo encarando o caminho esperando por algo que não sei o que.

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Não é mais você

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Outro dia sua irmã me deu uma tremenda bronca ao chegar lá em casa e me encontrar com os olhos vermelhos de tanto chorar. Entre as milhares de palavras por minuto que só ela é capaz de pronunciar pude entender algo sobre como ainda é possível chorar por aquele traste. O traste em questão, você! E é isso que ninguém entende. Não é por você que eu choro. Não mais.

Choro pelo homem que eu achei que você fosse. Pelo homem que eu criei na minha cabeça depois de todo esse tempo. O homem que não faria nada do que você tem feito nos últimos tempos. Na minha cabeça você é menos mesquinho, arrogante e idiota. E é com esse homem que eu comparo qualquer um que tente se aproximar. E sabe qual é o grande problema? Nenhum é tão perfeito. Nem você seria. Porque descobri que ele não é você. Poderia ter sido se você tivesse feito uma forcinha. Se não tivesse decidido, um dia, depois de tantos sonhos e noites em claro compartilhadas que não queria mais o que tínhamos construído juntos.

Choro por uma ilusão. Grito por dentro e peço socorro para me livrar de alguém que só existe na minha cabeça. Passo noites em claro, deitada em posição fetal, pensando como teria sido se fosse ele e não você. Sofro sim, mas não é mais por você.

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Uma peça trash

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Você diz que não aguenta mais, que a carga está pesada demais para você e eu acredito. Acredito porque há meses a tensão anda tão pesada que é possível cortá-la com uma faca se um de nós tentarmos fazer isso. Há anos, talvez, qualquer olhada de rabo de olho pode ser a faísca faltante para desencadear a explosão que poderá não tenha mais volta. E ultimamente não sei mais se quero que tenha ou não volta. Estou cansada. Cansada de não saber se posso ou não falar. Cansada de ter que medir cada uma das palavras ditas. Cansada de ter que viver minha vida quase como se fosse um roteiro em que cada passo é ensaiado, cada palavra pensada durante horas para estar ali. Cadê a espontaneidade? Cadê o beijo simples e despretensioso? Cadê a vontade de estar junto por vontade, por tesão e não por comodismo ou pior, por pena?

Você não aguenta mais e eu respiro aliviada. Internamente peço que dessa vez um de nós tenha a coragem de realmente colocar um fim em tudo isso. De dizer a palavra final. De fazer um favor imenso ao que ainda resta de amor próprio a cada um de nós. Mas então você chora, eu choro e a gente continua empurrando nosso relacionamento com a barriga. Fingindo que nada demais está acontecendo. Evitando falar, evitando qualquer tipo de contato. Vivendo nossas vidas como uma grande peça, exaustivamente ensaiada e automaticamente interpretada. Uma peça que ninguém quer ver.

Nem eu!

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Erro? Quê erro?

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De tanto as pessoas me perguntarem o que deu errado entre a gente, menino, me peguei passando os últimos anos quase cena a cena em minha cabeça, tentando enxergar o ponto exato em que erramos. Erramos mesmo? Será que foi no momento em que o seu jeito menino despreocupado começou a bater de frente com o meu lado garota preocupada demais? Ou terá sido quando você passou a aceitar todos os trabalhos que apareciam, tentando provar algo que até hoje não entendo o quê nem para quem? Talvez tenha sido quando nossos trabalhos passaram a ser mais importantes do que os momentos compartilhados em casa… É, pode ser.

Mas então eu lembro do seu jeito menino-mandão dizendo: não quero nem saber, esse final de semana vamos tirar folga, os dois, e vamos por o pé na estrada, nem que seja aqui por perto. Lembro das tardes de sábado  rindo até a barriga doer em meio a partidas de vídeo-game. Lembro de manhãs no interior vendo a chuva bater na janela e de noites me encontrando em seu abraço, fazendo do seu peito o meu lugar favorito no mundo todo. Lembro de você dizer que poderia passar o resto da vida me vendo dormir. E como era acordar comigo e a certeza de me encontrar aqui ao voltar pra casa que te davam força para trabalhar todos os dias. Lembro dos seus beijos com gosto de menta e da barba sempre por fazer.

Lembro de tudo isso e continuo com a mesma dúvida. Erro? Quê erro?

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Eu só quero que você me deixe em paz

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Para, por favor, para que eu não aguento mais. Tô cansada desse seu jogo maquiavélico, desse seu não me querer, mas ao mesmo tempo desse não querer abrir mão. Não torne o que já é difícil ainda mais difícil. A gente não precisa disso. Não estrague tudo o que a gente construiu junto me fazendo tomar ódio de alguém que um dia eu amei tanto. Porque é só isso que esse seu jogo está conseguindo, fazer com que eu sinta que não te conheço mais e principalmente, que eu tenha certeza que não gosto nem um pouco dessa pessoa que tem se imposto na minha vida das piores maneiras possíveis.

Eu não sei em que momento foi que você descobriu que eu e você não formávamos mais um nós. Quando foi que decidiu que ia sair para comprar um cigarro e não voltaria mais, mesmo não fumando. Quando foi que sentiu dentro de si que algo estava faltando. Mas o importante é que você decidiu. E por mais que doa, eu sou adulta o suficiente para saber lidar com isso. Nós dois deveríamos ser, mas você parece uma criança que não sabe lidar com as consequências de suas escolhas. Ou que larga o brinquedo velho quando ganha um novo e depois fica em dúvida com qual dos dois brincar. Mas eu não sou brinquedo e o meu coração muito menos.

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Não me olhe como se eu fosse sua quando foi você quem não quis mais ser meu. Não me ofereça qualquer carinho quando eles não são mais permitidos entre nós. Não me puxe para os seus braços quando isso só vai fazer com que eu não saiba lidar com a sensação do seu toque depois que você partir novamente.

Eu não sei por quanto tempo eu ainda vou te amar, por quanto tempo ainda vou sentir esse buraco no meu peito ao pensar em você, mas isso é algo meu, não tem nada a ver com você. O luto é meu e só meu e eu só quero o direito de poder viver isso e poder um dia escolher por livre e espontânea vontade reabrir as janelas, colocar um vestido colorido e sair sorrindo novamente por aí. Você tomou a sua decisão e eu quero poder tomar a minha sem que você se imponha. Sem que você fique se fazendo presente a todo instante, como se tivesse medo que eu te esquecesse. Desculpa, mas se não queria ficar no passado, não tivesse ido embora.

Eu aceitei a sua decisão de ir embora agora aceite a minha e me deixe em paz.

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