No meio da discussão você solta mais um eu te amo, como se isso fosse resolver todos os nossos problemas em um passe de mágica. E você parece não entender, parece nunca perceber que o que eu quero são mais do que meras palavras ditas num momento de desespero, no ápice de um gozo. Seria tão mais fácil me fazer acreditar nesse amor se você simplesmente me mostrasse ele no dia a dia.
Encaro seus olhos em busca de algum sinal, por menor que seja, uma migalha ao qual eu possa me agarrar, um pedaço de madeira boiando em alto mar numa noite de tempestade, mas seus olhos injetados só me mostram medo. E me dou conta daquilo que eu sempre soube, não era amor, mas apenas medo de ficar sozinho. Sempre foi.
Abraçados no meio do caos nossas lágrimas se confundem. Repito incessantemente que vai ficar tudo bem, não sei se para consolar você ou a mim mesma. Você também percebe que pela primeira vez estamos sendo sinceros um com o outro?
É, talvez até haja mesmo alguma beleza no fim.