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Será que você sentiria?

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Eu não esperava voltar a te ver um dia e, ainda assim, ali estava você, parado no sinal, no carro ao lado do meu. E ali estava meu coração falhando uma batida tantos anos depois. Tenho que confessar, por mais clichê que seja, que minhas lembranças não faziam jus à sua beleza.

Pensei em buzinar, em fechar seu carro, a rua inteira, fazer um espetáculo em plena avenida. Mas vamos ser sinceros? Ia dizer o quê? Por isso fiquei ali, apenas olhando. E no fundo, com medo, mas torcendo para que você sentisse a minha presença como costumava sentir, e me olhasse de volta. Mas você apenas arrancou e, logo depois, o carro de trás buzinou, me tirando do meu transe.

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Mais uma vez você foi embora, sem um único arranhão, enquanto eu fico aqui, com as lembranças, as dores, os pedaços a serem colados novamente. Volto a me sentir como aquela menina de dezessete anos, cujos sonhos você tão facilmente despedaçou. E como se eu não tivesse aprendido nada com ela, passo o dia me perguntando: e se eu tivesse buzinado, você teria sentido algo também?

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É que hoje a saudade tá demais

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Tanta coisa trazendo você para mim hoje. Tá difícil, baby. Dias como hoje fazem a saudade doer ainda mais.

Sonhei contigo essa noite, uma coisa boba, alguém criou um evento no face e a foto do evento tinha você, com aquele sorriso bobo na cara, os olhos sempre brilhando, aquela eterna cara de criança que não cresceu, por mais que já tivesse passado há tempos dos 20.

Depois entrei num táxi e estava tocando a sua música. Acho que já te disse que nunca mais consegui ouvir Cara Estranho sem que meus olhos fiquem marejados, né? Simplesmente não dá. O pior é que ao sair do exame, liguei meu iPod e foi justamente Cara Estranho que começou a tocar no shuffle. O que é isso, menino, também está com saudades de mim?

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E para completar as coincidências que te trouxeram ainda mais para mim nessa manhã, o motorista do uber resolveu vir para a minha casa pelo caminho que passa pelo seu bairro. Ele não deve ter entendido nada quando eu pedi para ele dar literalmente a volta em um quarteirão nada a ver só para passar na porta do seu prédio. A vontade foi pedir para ele parar, descer e tocar a campainha, mas eu sabia que não seria uma das melhores cenas da vida. O que de pior poderia acontecer? Ninguém atender? Ou alguém atender e eu ter que explicar, provavelmente chorando, que alguém muito importante para mim havia morado ali e eu só queria poder dar uma última olhada no apartamento que tantas lembranças boas me trazem? Não, ainda bem que consegui me controlar. Consigo até imaginar se eu chegasse um dia te contando que fiz isso. Você provavelmente rolaria os olhos e diria: “só você mesma, garota”. Ninguém mais me chama de garota como você fazia. Ninguém mais faz tantas coisas como você fazia.

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Pode não parecer, mas não passa um dia sem que eu pense em você e reze para que você esteja bem, onde quer que esteja. Mas é que tem dias que doem mais do que os outros.

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Você é meu melhor e se

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Apesar de saber que a cada dois anos as chances de te encontrar são enormes nunca estou verdadeiramente preparada para aqueles minutos de fila, cumprimentos cordiais, olhares furtivos. É tanto e se passando pela minha cabeça. E o pior é que volto para casa depois de cumprir o dever cívico e você continua na minha cabeça o restante do domingo.

Não como algo ruim, algo do qual quero me livrar e não consigo. Você sempre foi meu e se bom. Talvez por saber que você eu não tive a chance de magoar. Apenas éramos novos de mais. Às vezes me pergunto como teria sido se tivéssemos nos conhecido em outra fase da vida, em outra página do livro. E se tivesse sido aos 20 e não aos 13? E se eu fosse menos tímida? E se eu não tivesse toda uma carga me acompanhando? E se?

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Mas a verdade é que quem diz que o e se não serve para nada está mais do que certo. Seguimos nossas vidas, cada um do seu jeito. Talvez se não tivesse sido desse jeito, hoje você não fosse uma lembrança boa. O meu melhor e se.

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Hoje eu chorei, mas não foi por você

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Hoje eu chorei, mas não foi por você. Depois de muito tempo percebi que o que dói não é a sua falta, mas os olhares de pena, os cochichos… é ver as pessoas medindo as palavras para não tocar no seu nome. É sentir que todos agem de modo pensado ao meu redor, como em uma coreografia muito bem ensaiada. O que dói é ter que explicar o que deu errado quando nem eu mesma sei a resposta. Algo precisa ter dado errado? Você decidiu que não queria mais e pronto. Saiu pela porta sem nem olhar para trás, como se não tivéssemos sonhado juntos, feito planos juntos, sido juntos.

Hoje eu chorei, mas não foi por você. Por que seria? Percebi que fiquei com o melhor de todos esses anos; a família que você me deu, os verdadeiros amigos que não tomaram partido e continuam aqui por mim e aí por você, onde quer que você esteja. Não sei e não quero saber. Já consigo até ver as fotos de nossas últimas viagens e sorrir diante de algumas lembranças.

Hoje eu chorei, mas não foi por você. Afinal, tudo o que eu preciso pra ser feliz continua bem aqui.

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Uma questão de sorte

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– Lembra de quando a gente se conheceu?

– Claro que lembro. Você me usou de fonte para aquela matéria maluca e eu soube que estava perdido no momento em que você entrou naquele estúdio.

– Eu te achei tão convencido… mas ainda assim as coincidências me fizeram aceitar a carona e o chope depois da entrevista.

– Lembra do que eu te disse mais tarde naquele dia, enquanto nos recuperávamos na minha cama?

– Que você não queria compromissos.

– E ainda assim fui me comprometendo cada vez mais com você, sem nem me dar conta do quanto estava envolvido.

– E um belo dia deixou de se comprometer, de se envolver… Quando foi que nos tornamos aquele casal que sempre detestamos tanto, que só sabe cobrar e criticar o outro?

– Não sei, mas deve ter sido na mesma época em que começamos a focar de mais no trabalho e de menos um no outro.

– Quando você começou a focar de mais no trabalho, você quer dizer, né?

– A culpa nunca foi só minha.

– Quem está falando em culpa? Mas você vai negar que seu trabalho sempre veio em primeiro lugar? Que você nunca tinha tempo pra viajar, pra fazer planos… Isso é o que mais dói, sabia? Com ela você parece ter todo o tempo que nunca teve comigo.

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– A gente aprende com os erros cometidos.

– Você tá me chamando de erro?

– Claro que não. Você foi o meu maior acerto, isso sim. Estou falando da falta de tempo, da falta de planos… de não ter me dado conta que você estava me escapando pouco a pouco, como areia por entre os dedos. Posso fazer uma última pergunta?

– Claro.

– Você se arrepende dos últimos nove anos?

– De verdade? Nunca. Você me fez sofrer muito, me fez chorar mais do que eu acharia humanamente possível, me machucou mais do que pode imaginar. Mas também me fez amar como nunca tinha amado antes, me fez rir em mais momentos do que sou capaz de contabilizar, me fez acreditar, me deu motivos para sonhar e para lutar pelos meus sonhos, me ensinou a lutar por aquilo que eu quero e desejo para a minha vida. Não deu certo, mas você foi o amor da minha vida pelos últimos nove anos e vai sempre fazer parte da minha história, mesmo que agora eu queira trancar essa história em uma caixinha qualquer e esconder a chave, para evitar a tentação de revisitá-la de tempos em tempos. Não me entenda mal, mas é que ainda dói. Mas não se preocupe, vai passar, um dia eu vou ser capaz de abrir a caixinha e apenas sorrir, tomada pelas boas lembranças do que vivemos juntos.

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– Obrigado.

– Pelo quê?

– Por todo o amor que você me deu.

– Não é algo pelo qual tenhamos controle.

– Eu sei, mas ainda assim você foi muito mais do que eu poderia esperar. Você me ensinou a amar de novo e isso não é pouca coisa.

– Pena que não foi suficiente…

– Você vai encontrar alguém melhor do que eu.

– Não tenho dúvidas disso. Pena que você não vai ter a mesma sorte!

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As lembranças que você deixou em mim

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Essa é mais uma daquelas cartas que escrevo para você e sei que não vou enviar. Na verdade, nem sei se escrevo mesmo para você ou se faço isso na esperança vã de que as lembranças suas tragam de volta o meu sorriso, a alegria aos meus olhos… Dizem que amor não se mendiga, amor se sente e é uma pena que dificilmente duas pessoas o sintam na mesma intensidade. Deus, como eu te amei. Como eu te amo. Mas acabou pra você e eu fiquei aqui olhando para as paredes e tentando entender onde estavam os sinais, se você havia me demonstrado em algum momento que o seu sentimento por mim estava se esvaindo como areia por entre os dedos.

Você se foi e eu fiquei parada nas lembranças, incapacitada nas memórias das coisas que fazíamos a dois e que agora não sei mais fazer sozinha. Não ouço aquele disco da Elis há um tempão, porque sentar na varanda na sexta à noite com um bom vinho nas mãos tendo Elis de fundo musical era coisa nossa, não minha sozinha. Aliás, quebrei todas as taças. Não preciso mais de duas taças para beber com você e sozinha posso beber direito da garrafa. Posso imaginar a sua cara se lesse isso, o ar de desaprovação me chamando de garota deprimente e talvez eu seja mesmo, mas é que as lembranças arranham e machucam tanto quanto os cacos de vidro. Elas rasgam por dentro e eu cansei dessa sensação. Cansei não, eu simplesmente não aguento mais essa sensação. Cada um lida com as lembranças como pode e você sempre me acusou de ser passional demais. Talvez eu seja mesmo.

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Eu queria poder voltar no tempo com você. Direto para aquela época em que ainda éramos felizes e tudo estava no lugar. Ainda tínhamos duas taças de vinho no armário. Ainda saíamos com os amigos, mas você logo insistia para irmos embora para me ter só para você, alojada em seus braços, encaixada em seu peito. Mais do que tudo, uma época em que você ainda olhava e voltava para mim todos os dias. Uma época em que eu ainda sorria e os meus olhos eram alegres.

Mas o tempo não volta e enquanto isso eu continuo aqui tentando arrancar à força as lembranças suas, e minhas, que você deixou em mim.

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Um dia com sabor de morango e chocolate pra você

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Faz muito tempo, mas ainda assim não passa um mês de julho sem que eu me pegue pensando em você. Hoje é seu aniversário e não consigo conter o sorriso ao me lembrar de como você ficava pior do que criança quando essa data chegava. Com direito a contagem regressiva e a beicinho caso alguém se esquecesse. Às vezes me pergunto se você olha pra tela do celular e faz beicinho quando o dia chega ao fim sem nenhuma mensagem de minha parte. Entenda, não é que eu não lembre é apenas que eu tenho medo de não saber o que dizer e acabar me expondo demais. Ou pior, tenho medo de não conseguir conter as lágrimas e me tornar patética demais.

Ela te acorda com mordidinhas na orelha e beijos descendo pelo pescoço ou a tradição agora é outra? O café da manhã especial ainda envolve aquela torta de morango e chocolate daquela confeitaria da esquina da sua casa? Quer saber um segredo? Nunca mais consegui comer aquela torta depois que você partiu. Mais do que chocolate e morango era o seu sabor que eu sentia a cada mordida e eu sabia que se não cortasse aquela torta para sempre da minha vida eu acabaria me viciando, numa busca desesperada de te manter por aqui. Ia perder você e ganhar uns 100 kg de quebra, de tanto comer torta. Não, era melhor manter todos os sabores apenas na lembrança mesmo.

Não importa quanto tempo tenha se passado. Hoje é seu aniversário e eu só desejo um dia com sabor de morango e chocolate pra você!

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