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Ela só precisa se sentir amada

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Não se espante, menino, se em algum momento você a encontrar chorando em posição fetal, para momentos depois vê-la rindo de algo que você acabou de dizer. Não, ela não é louca. Ela é intensa. Ela sente demais, se entrega demais… Por isso, menino, tenha paciência com ela e tome conta dela direitinho. Apesar de sentir demais, ela tem medo de perder o controle do que quer que seja, por isso se apaixonar é um bicho de sete cabeças pra essa guria e se ela cair de amores por você, pode saber que isso é algo grande demais. Ela está, de certa forma, te dando o mundo dela. Cuide dele como se fosse seu.

Eu sei que não vai ser fácil. Ela vai surtar em alguns momentos e você vai ficar se perguntando o que está fazendo ao lado de alguém tão cheia de fases, mas nestes momentos, lembre-se da forma como os olhos delas se juntam quando ela sorri ou de como ela fica linda vestindo apenas as suas camisas e de como elas realçam as lindas pernas dela ou ainda de como ela parece criança, uma criança linda, solta e livre, em uma livraria. Lembre-se de como ela quase pôs fogo na casa só para tentar fazer a sua receita favorita no aniversário de três meses de namoro, embora fingisse que não estava se ligando para a data ou como ela passou a tarde inteira ouvindo cada uma das histórias da sua avó, como se estivesse vendo um grande pensador falar na frente dela ou como às vezes ela parece esquecer das próprias dores para tentar desanuviar as suas, quando acha que elas parecem pesadas demais.

E depois de lembrar disso tudo e dos motivos que levaram você a se apaixonar por ela, a abrace bem apertado, sussurre ao pé do ouvido que vai ficar tudo bem e sinta ela relaxar em seus braços. Ela só precisa de alguém que fique e que passe segurança para ela. Porque ela pode parecer muito segura na maior parte das vezes, menino, mas tem seus momentos de menina assustada. E como toda menina assustada, ela só precisa se sentir amada.

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Eu poderia, mas você não deixou

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Ah menina, me divido entre a vontade de te abraçar apertado, te embalar em meus braços e dizer que vai ficar tudo bem e a vontade de te dar uns tapas, te sacudir e mandar parar logo de vez com essa palhaçada toda. Eu poderia ter cuidado de você, menina. Poderia…, mas você não deixou. Você nunca deixa. Toda vez que a felicidade está prestes a bater à sua porta, você dá um jeito de mandá-la para longe, afastá-la de você. Não sei o porquê disso, mas eu realmente queria ter tido a chance de cuidar de você e de deixar que você cuidasse de mim também.

Eu poderia te abraçar quando você sentisse medo, te preparar uma xícara de chá quando sentisse frio ou aquele macarrão com queijo que você tanto adorava quando a fome batesse de madrugada. Eu poderia arrumar a cama embora a gente sempre acabasse adormecendo embolados no sofá, vendo algum programa bobo na frente da TV. Eu poderia te ouvir falar sobre a sua mãe, o seu chefe e a sua incerteza entre fazer o mestrado ou passar um ano viajando pela Ásia.

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Eu poderia dirigir para o outro lado da cidade para te buscar no trabalho pelo simples fato de saber que você  se sente mal andando de metrô. Eu poderia mudar o caminho e parar naquela sorveteria que você adora só pra te pagar um sorvete de pistache numa terça-feira qualquer, porque você fica linda lambuzada de sorvete. Eu poderia te arrastar para um cinema qualquer numa quarta-feira apenas por ter visto no jornal o início de uma mostra de filme europeu que com certeza me faria pensar em você.

Eu poderia ter feito de tudo para te fazer feliz, menina. Mas você não deixou.

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Você tem medo de quê?

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Quem é você? Mas o você de verdade, não esse personagem que se esconde atrás dessa máscara de indiferença que insiste em usar. Às vezes me pergunto se o personagem é este ou se fui tão cega esse tempo todo e na verdade o personagem era aquele jovem descolado e de bem com a vida que você usou para me convencer a tomar uma cerveja um dia, um cinema depois, até acabarmos nesse espiral de silêncios. Olho para você e sinto vontade de chorar ao me dar conta de que não há nada pior do que ver quem já foi seu tudo se tornar um mero estranho dentro da mesma casa. Eu não te reconheço. A impressão é de que não te conheço mais. Cá entre nós, algum dia conheci? Já não tenho certeza.

O nosso amor se transformou em bom dia e não há nada que eu possa fazer enquanto você insistir em sentir medo e em se fechar, permitindo que o medo ganhe. O problema é que o seu medo de ser feliz, de se deixar ser amado, de ter uma vida de verdade não interfere apenas na sua vida, mas na de todos aqueles que ainda se importam com você. Sim, ainda, porque vai chegar um momento em que esse número vai ser cada vez menor. Se você abrir os olhos e olhar ao redor por alguns meros segundos já será capaz de perceber a mudança. E quer saber, eu não sei se aguento por muito tempo mais não.

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Sendo sincero, você tem medo de quê? Ninguém é perfeito e se quer saber a minha opinião, a perfeição é supervalorizada e é chata. Medo de levar um pé na bunda? Desculpa querido, mas ao se fechar dessa forma e ao afastar as pessoas você não evita esse momento que faz parte da vida de todos. E olha, ninguém nunca morreu por levar um fora. Dói, é chato pra caralho, mas a gente supera e tanto supera que parte pra recomeçar tudo de novo, sempre esperando um novo alguém que seja diferente, que vai fazer todo aquele sofrimento do primeiro encontro valer a pena.

Tira essa máscara, se abra para o que a vida está te oferecendo nesse momento, experimente. Rir e chorar fazem parte da vida e ambos são importantes. Evitar o sofrimento é a maior mentira que existe porque isso só faz com que a gente sofra ainda mais e faça as pessoas ao nosso redor sofrerem também. E aquele garoto descolado que trombou em mim um dia na Paulista e me convidou para uma cerveja como um jeito nada convencional de pedir desculpas não ia querer isso. Pelo menos ainda prefiro acreditar que não.

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