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Não sei o que fazer com a falta de você

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Ontem tomei um café de Sumatra e me lembrei de você, menino, e de como você podia passar horas falando sobre os diferentes processos de moagem e não sei mais o quê para se fazer um bom café, enquanto eu só queria saber do líquido quente e forte o mais rápido possível em minha xícara. Mas com você não, tinha que ter a temperatura da água, a torrefação, a quantidade de pó, a velocidade para despejar a água sobre o pó, tudo dentro das condições ideais de pressão e temperatura… e acho que nunca te disse isso, mas você fica lindo falando e preparando seus cafés. E tenho que confessar que aprendi a apreciar melhor um bom café com você.

Aliás, aprendi muitas coisas com você. Talvez, a mais importante tenha sido que ter controle sobre as coisas é a maior balela que existe. Logo eu, a pessoa que mais precisava ter controle sobre tudo. A pessoa que sempre foi acusada de se entregar de menos, de se refrear para não perder o controle, que sempre partiu os corações antes de ter o seu próprio partido. Você com certeza foi advertido por alguém para tomar cuidado com o seu coração ao se aproximar de mim. “Ela não tem coração e faz questão de quebrar o de todos que se aproximam dela”. Como eu odiava isso, mas talvez tenha feito mesmo por onde ganhar a fama. Nem todas são justas, mas talvez eu tenha merecido isso. É que eu achava que era mais fácil, menino.

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Mas então você chegou, arrombando a porta, trazendo atrás de si um vendaval, derrubando tudo o que estava pelo caminho. Já chegou não aceitando meus talvez como resposta e me puxando logo pelo salão em uma dança meio desengonçada, mas que nós dois dançávamos como se tivéssemos ensaiado nossa vida toda para aquele momento. E assim você foi fazendo, dia após dia. Me desarmando, me arrebatando, me conquistando. E ainda assim, sedenta pelo controle, eu jurava a mim mesma que estava tudo bem, afinal, tínhamos prazo de validade e tudo ficaria bem.

Mas  aí é que está! Não sei em que curva da estrada o trem descarrilou. Não sei onde foi que eu perdi o controle, só sei que nada nunca ficou bem. Se você quer saber, nada nunca mais foi o mesmo depois de você e eu não sei o que fazer com a falta do controle que eu sempre achei ter sobre a minha vida. Mas principalmente, não sei o que fazer com a falta de você.

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Não existe distância capaz de me separar de você

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Se você soubesse como me dói me fazer de forte e te ver partir chorando a cada despedida, menina. Eu daria tudo o que tenho para acabar com essa distância, mas não se preocupe com isso, eu estou sempre com você. Feche os olhos, você pode me sentir? Porque eu sinto você aqui comigo o tempo todo.

Você ouve as minhas palavras? Eu as sussurro através do vento todas as noites, contando as coisas novas que tenho visto por aqui. É tanta novidade menina e queria dividir cada uma delas com você. Sempre penso em como você reagiria a determinada paisagem ou às cores do pôr do sol, mas é por pouco tempo, menina. Essa distância não vai durar pra sempre, eu prometo. Logo vamos estar juntos novamente e nossos planos vão deixar de ser sonhos e começar a se tornar realidades. A nossa realidade. E nela não vai haver lugar para tristezas, menina. Toda essa tristeza não vai passar de uma lembrança longínqua. Eu prometo.

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A espera vai valer a pena, menina. Eu ainda vou fazer você sorrir de novo e você ainda vai se orgulhar muito das minhas conquistas. Tudo isso é por você também. Eu sei que a distância parece muito grande, mas eu andaria até você se fosse preciso.

Seja forte, menina. Por mim e por você.

Por nós.

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Eu só quero que você esteja em paz

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Sonhei com você noite passada. Nem percebi que estava chorando, mas acordei com o travesseiro molhado e o coração pesado e doído. Você estava lá, caído na calçada, já sem vida, mas seu sorriso continuava o mesmo. Sereno, como se estivesse em paz e seguro do que acabara de fazer. Exatamente como naquela mesma noite, meses atrás. Noite que eu queria esquecer para sempre.

Eu guardei suas fotos na minha caixa de lembranças. É que doía olhar para elas. Ver você tão feliz naqueles instantes congelados em cada uma das fotos, me fazia ficar tentando encontrar qualquer sinal de quando foi que a felicidade lhe escapou. Quando foi que o sorriso parou de chegar aos olhos. Quando foi que eu parei de olhar, de verdade, pra você.

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Você tentou me pedir socorro? Me mandou algum sinal do que estava prestes a fazer? Seus silêncios gritavam por mim? Fico repassando cada uma das nossas conversas, principalmente a última. Como eu não percebi que tinha algo ali? Que aquela pessoa ao telefone não era o seu verdadeiro você? Que você precisava de mim como nunca precisara antes?

Você se foi e só me resta a sensação de que eu podia ter feito mais por você. Que eu podia ter demonstrado mais o tamanho do meu amor.

Você se foi, e eu espero que agora você esteja em paz.

Pelo menos você.

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